Era março de 1808 quando essa tal embarcação portuguesa chegou ao Rio de Janeiro. Do continente, um povo aflito e curioso tentava espiar a família real enquanto fazia comentários ansiosos.
Do lado de dentro, Carlota Joaquina e outras damas da corte se trocavam. Milhares de vestidos, sapatos, jóias, adornos e turbantes saíam de seus baús a procura do "look perfeito".
Sim, turbantes. Parece mentira, mas o historiador Laurentino Gomes conta que na longa viagem da Europa ao Brasil, uma infestação de piolhos devastou as madeixas das princesas, que foram obrigadas a esconder suas recém cortadas "carecas" com turbantes.
Eufóricas, as mulheres do Rio de Janeiro, ao verem panos enrolados nas cabeças da família real, acreditaram estar de frente com a última moda européia. No dia seguinte, ao passear pelas ruas da cidade, diversas mulheres exibiam seus turbantes como quem exibe seu iPhone 5.